Cidade do silêncio (bordertown): cinema, violência urbana e feminicídios
Resumen
Este ensaio aborda o filme Bordertown – em português, Cidade do Silêncio (2007) –, de Gregory Nava. A obra, retratada em um contexto histórico, se passa em Ciudad Juárez (México) e tem como narrativa a explosão dos casos de violência e feminicídio que assolaram a cidade mexicana, sobretudo após os anos 1990. Também trata de fazer uma crítica ao Tratado de Livre Comércio entre México e Estados Unidos que, de forma desigual e combinada, aumentou a exploração econômica estadunidense no território vizinho. Compreende, assim, mais uma tentativa de levantar a problemática dos feminicídios a partir da forma como o cinema a coloca, seja exotizando, seja produzindo um olhar de denúncia. O cinema tem contribuído com a vocalização crítica desse drama cotidiano de uma população vítima da violência do narcotráfico, da corrupção policial, da cultura masculinista e machista, da expansão do poder estadunidense no território mexicano e das desigualdades estruturais produzidas na fronteira norte. Percebe-se, nesse sentido, uma confluência de fenômenos sociais que produzem uma sinergia extremamente perversa: o da violência urbana – banal e cruel endêmica contra as mulheres – sistematicamente produzida pelos homens. Diante desse contexto de violência, o mundo passou a olhar Ciudad Juárez como a Faixa de Gaza da América Latina. E, como consequência, as representações da cidade como lugar do medo e da violência foram sendo tecidas no cotidiano das relações sociais, na política, na arte e, em especial, em narrativas fílmicas de difusão global, como a que ora é abordada.
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